... é uma forma encontrada para compartilhar a visão que faço do mundo, das pessoas e das coisas a minha volta, e principalmente, da tentativa de se resgatar a energia vital que cada um tem dentro de si, a fim de que possamos construir a vida, com inspirações que mobilize em cada um a coragem de experimentar, de se motivar a viver com paixão e determinação os projetos de vida!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Espaço by cinema


SINOPSE:

Jamal Malik (Dev Patel) tem 18 anos de idade, vem de uma família das favelas de Mumbai, Índia, e está prestes a experimentar um dos dias mais importantes de sua vida. Visto por toda a população, Jamal está a apenas uma pergunta de conquistar o prêmio de 20 milhões de rúpias na versão indiana do programa televisivo Who Wants To Be A Millionaire?
No entanto, no auge do programa, a polícia prende o jovem Jamal por suspeita de trapaça. A questão que paira no ar é: como um rapaz das ruas pode ter tantos conhecimentos. Desesperado para provar sua inocência, Jamal conta a história da sua vida na favela - onde ele e o irmão cresceram -, as aventuras juntos, os enfrentamentos com gangues e traficantes de drogas e até mesmo o amor por uma garota

FICHA TÉCNICA:
Gênero: Drama
Duração: 120 min 
Origem: EUA / Inglaterra 
Estréia - EUA: 
Estréia - Brasil: 06 de março de 2009 
Estúdio: 
Distribuidora: Europa Filmes
Direção: Danny Boyle, Loveleen Tandan
Roteiro: 
Produção: Tessa Ross, Paul Smith 

ELENCO:
Dev Patel, Anil Kapoor, Saurabh Shukla, Raj Zutshi, Jeneva Talwar, Freida Pinto, Irfan Khan, Azharuddin Mohammed Ismail, Ayush Mahesh Khedekar, Sunil Aggarwal, Jira Banjara, Sheikh Wali, Mahesh Manjrekar, Sanchita Couhdary, Himanshu Tyagi



O encontro da história criada pelos indianos Vikas Swarup (romance) e Simon Beaufoy (roteiro) com a direção do inglês Danny Boyle (de “Cova Rasa”, “A Praia” e “Trainspotting”) resultou em um ótimo e original filme, que mistura, em doses harmônicas, a crueza de “Cidade de Deus” e um romantismo doce, quase ingênuo.
 
Desde a primeira cena sabe-se que um jovem está prestes a se tornar um milionário no programa de televisão que dá nome ao filme, mas às vésperas da grande final ele tem que convencer os policiais que o torturam de que não chegou tão longe no jogo de perguntas e respostas trapaceando - afinal, de que outra forma um ex-favelado semi-analfabeto teria chegado mais longe do que grandes estudiosos jamais conseguiram?
 
O recurso que o roteiro utiliza para que se conheça os fatos que o levaram a acertar cada resposta é genial. Na delegacia de polícia, delegado, torturador e vítima assistem juntos ao teipe das gravações do programa até ali. Para cada resposta que o jovem acerta, ele narra um episódio de sua vida que o fez conhecê-la.
 
Nesses flashbacks, a Índia que se vê na tela não é a turística do Taj Mahal, mas a das favelas miseráveis da antiga Bombaim e da zona do meretrício de Mumbai, por exemplo. Por esse submundo circulavam os irmãos Salim e Jamal, que muito cedo perdem a mãe, em um massacre promovido por fanáticos religiosos na favela em que moravam - mesmo massacre que deixou órfã a menina Latika, que forma com os meninos um trio que gostam de chamar de “Os Três Mosqueteiros”.
 
Aos poucos, vai-se descobrindo que não foi a ganância que levou Jamal ao jogo, mas um motivo muito mais humano e romântico (ai, ai...).
 
“Quem quer ser um milionário” está sendo festejado pela imprensa como “o” encontro de Bollywood (o cinema de entretenimento indiano) com Hollywood, mas a comunidade cinéfila sabe que esta paquera entre o cinema ocidental e a cultura indiana não é nova, como o provam os filmes “Driblando o destino”, “A Noiva e o Preconceito”, “O Sabor da Magia” e “Nome de Família”, entre outros (falo sobre isso em uma próxima postagem, com direito a comentários sobre as melhores produções em que assisti a cultura indiana confraternizar com o cinema ocidental).
 
A maior diferença entre “Quem quer ser um milionário?” e os filmes citados acima é o mergulho total que este faz no cotidiano indiano no que ele tem de mais realista - todo rodado nas partes mais pobres de cidades indianas, o filme tem grande parte dos diálogos falados no idioma local.

Indicado nas categorias melhor filme, diretor, roteiro adaptado, fotografia, montagem, trilha original, som, edição de som e duas canções, "Quem quer ser um milionário?" investe num melodrama recheado de música que segue a fórmula mais consagrada em Bollywood - como é chamado informalmente o rico e bem-sucedido pólo de produção cinematográfico indiano, que rivaliza em tamanho e riqueza com Hollywood.

Trata-se de um filme muito diferente dos anteriores do diretor Boyle, conhecido pelo frenesi pop de "Cova rasa" (1995), "Trainspotting" (1996), "A praia" (2000) e "Extermínio" (2002). Entre outras coisas, porque o cineasta de 52 anos, inglês de Manchester, nunca havia pisado na Índia e topou o desafio de fazer um filme naquele país. Metade dos diálogos são em hindi, idioma que ele não entende. Para superar os desafios, Boyle contou com a parceria de uma co-diretora hindu, a documentarista Loveleen Tandan.

Apesar do perfil de azarão, "Quem quer ser um milionário?" vem acumulando prêmios, como os quatro Globos de Ouro (filme, diretor, roteiro e trilha sonora), sete Baftas (inclusive de filme e diretor), prêmios dos sindicatos americanos - como dos produtores, montadores, diretores de fotografia, roteiristas e atores - e várias sociedades de críticos (como as de Nova York e Los Angeles).

O enredo gira em torno de um heroi saído da pobreza e no caminho da redenção. Ex-menino de rua em Mumbai, Jamal Malik (Dev Patel) ganhou fama em todo o país ao ser escolhido para o programa "Quem quer ser um milionário?". O mais popular show de perguntas da televisão local dá prêmios de vários milhões de rúpias aos vencedores.

Apesar de não ter estudo formal e de viver servindo chá numa central de telemarketing, Jamal vai acertando as respostas que, em princípio, não fazem parte de seu universo cultural, sobre poesia hindu e política internacional. E assim chega à final, que pode lhe dar nada menos de 20 milhões de rúpias.

O apresentador do programa (Anil Kapoor) desconfia dele e manda prendê-lo. Na delegacia, o rapaz é submetido a torturas, mas não admite fraude. Ele sustenta que seu conhecimento é autêntico e vai contando sua vida ao inspetor (Irrfan Khan, de "Viagem a Darjeeling").

É assim que, em flashback, o público pode conhecer as provações da vida do menino, que ficou órfão como resultado da violência étnica - ele é da minoria muçulmana - e sobreviveu como pode, ao lado do irmão, Salim (Madhur Mittal), que entrou para a vida do crime.

O tempero romântico entra na verdadeira razão de Jamal ter lutado para chegar à TV. Há tempos, ele está obcecado em reencontrar Malika (Freida Pinto), que ele conheceu menina e que sumiu nas mãos de exploradores de crianças. Sua esperança é que ela assista ao programa e ele possa, finalmente, expressar-lhe seu amor.

Sucessivos prêmios de público, como os vencidos nos festivais de Toronto, Saint Louis e Austin, mostram que o diretor inglês está alcançando uma audiência bem maior do que seus trabalhos anteriores. Agora levou 8 Oscares nas categorias melhor filme, diretor, roteiro adaptado, fotografia, montagem, trilha original, edição de som e melhor canção. 

Por Neusa Barbosa, do Cineweb 
As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
 
Os comentaristas brasileiros que apresentaram a 81.ª Cerimônia de Premiação do OSCAR 2009, disseram que "Quem quer ser um milionário" tem a inspiração em "Cidade de Deus", é paradoxal sentir isto, um misto de alegria e tristeza, pois ficamos refletindo: será que talvez o papel do cinema brasileiro ainda esteja em inspirar histórias?
Porém se faz necessário ganhar premiações como esta para ver a valorização concreta do Cinema Brasileiro, é preciso descobrir o que fazer além de sermos inspirações para outros diretores.
Leilah





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