... é uma forma encontrada para compartilhar a visão que faço do mundo, das pessoas e das coisas a minha volta, e principalmente, da tentativa de se resgatar a energia vital que cada um tem dentro de si, a fim de que possamos construir a vida, com inspirações que mobilize em cada um a coragem de experimentar, de se motivar a viver com paixão e determinação os projetos de vida!

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Tudo a Ver!



Talvez, ao me ouvir falar em felicidade, você se pergunte se eu não tenho problemas, se tudo dá sempre certo para mim, se nunca passei por uma grande dificuldade que me tenha deixado marcas, como ocorre com a maioria das pessoas.
É claro que sim, sou como todo mundo.
Tenho angústias, fico estressado, as pessoas às vezes me traem,
mas eu procuro comer os morangos da vida!

Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco havia um urso imenso querendo devorá-lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente. Embaixo, prontas para engolí-lo, quando caísse, estavam nada mais nada menos do que seis onças tremendamente famintas.

Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando. Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas dos seus pés. As onças embaixo querendo comê-lo e o urso em cima querendo devorá-lo.

Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas refletindo o sol. Num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango.

Quando pôde olhá-lo melhor, ficou inebriado com sua beleza.
Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento.
Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso.
Deu para entender?

Talvez você me pergunte: "Mas, e o urso?".
Dane-se o urso e coma o morango!
"E as onças?".
Azar das onças, coma o morango!
Se ele não desistir, as onças ou o urso desistirão.

Às vezes, você está em sua casa no final de semana, com seus filhos e amigos, comendo um churrasco. Percebendo seu mau humor, sua esposa ou seu marido lhe diz: "Meu bem, relaxe e aproveite o Domingo!"
E você, chateado, responde: "Como posso curtir o Domingo se amanhã vai ter um monte de ursos querendo me pegar na empresa?"


Relaxe e viva um dia por vez: coma o morango!
Problemas acontecem na vida de todos nós, até o último suspiro.

Sempre existirão ursos querendo comer nossas cabeças e onças a arrancar nossos pés. Isso faz parte da vida e é importante que saibamos viver dentro desse cenário.

Mas nós precisamos saber comer os morangos, sempre.
A gente não pode deixar de comê-los só porque existem ursos e onças.
Você pode argumentar: "Eu tenho muitos problemas para resolver".
Problemas não impedem ninguém de ser feliz.

O fato de ter que conviver com chatos não é motivo para você deixar de gostar de seu trabalho.
O fato de sua mulher estar com tensão pré-menstrual ou seu marido irritado com o dia-a-dia não os impede de tomar sorvete juntos.
O fato de seu filho ir mal na escola não é razão para não dar um passeio pelo campo.

Coma o morango, não deixe que ele escape!
Poderá não haver outra oportunidade de experimentar algo tão saboroso.
Saboreie os bons momentos.
Sempre existirão ursos, onças e morangos.
Eles fazem parte da vida.

As pessoas vêem o sucesso como uma miragem.
Como aquela história da cenoura pendurada na frente do burro que nunca a alcança.
As pessoas visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas não trouxeram felicidade.
Então, continuam avançando e inventam outras metas que também não as tornam felizes.
Vivem esperando o dia em que alcançarão algo que as deixará felizes.
Elas esquecem que a felicidade é construída todos os dias.

Lembre-se: A felicidade não é algo que você vai conquistar fora de você...


Fonte: www.shinyashiki.com.br
Imagem: www.shinyashiki.com.br
Baseado em Conto Brasileiro

Coma morangos!
Com carinho,
Leila

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Espaço by Amigos



MOMENTOS

"Nossas vidas...
cada instante vivido...
deixamos rastros que nos conduzem a um caminho.
Construimos os erros e com eles aprendemos a evitá-los,
vivenciamos as experiências,os encontros e desencontros,
a ilusão e a realidade,
o medo e a segurança,
o conflito e a paz...
Caminhamos por vezes indiferente ao acaso,
despercebendo de tudo que se movimenta a nossa volta,
por instantes ao nosso lado...
Momentos que passaram e que jamais acontecerão novamente,
porque tudo que deixamos passar se apagará no tempo
menos em nossas mentes;
lembranças que carregaremos através das vidas,
dos sonhos e dos desejos.
Ao longo dos percursos que trilhamos
deixamos para trás um pouco de nós mesmos,
da nossa essência e da busca desenfreada
de não perder o significado de tudo isso.
Muitas vezes imagino que a vida é como um papel ao vento...
flutuando e se deixando levar...
sem controle, sem destino,
esperando por algo que a conduza a um porto seguro,
por um momento de tranquilidade e quietude,
longe das turbulências que nos arremetem para fora do caminho,
da própria vontade de querer seguir rumo ao equilíbrio
e ao conforto do amparo,
de um ombro amigo que nos conforte
e transmita exatamente aquilo que gostaríamos
de ouvir, sentir,
momentos...
todo instante a necessidade de poder se agarrar a alguém
a procura de socorro, de compreensão e amparo...
momentos que significarao até a eternidade;
instantes de aconchego e entrega das angústias que enfraquecem
nos braços abertos da pessoa que amamos".

Cleodimar,
fev./2007

Imagem:cuatro_estacionesgrado.grao.net

Espaço Educação

Os papéis da mulher – por Rosely Sayão
fevereiro/2007

De vez em quando, fico pensando se estamos mesmo no ano de 2007 ou se é ilusão virtual o mundo em que vivemos.
Isso acontece principalmente quando constato que, em pleno século 21, os preconceitos e estereótipos em relação à mulher e sua imagem na sociedade ainda valem e são expressos com a maior naturalidade.

Na semana passada, por exemplo, a discussão da hora foi a respeito do uso e abuso da figura feminina nas publicidades de marcas de cerveja.
Pensando bem, a situação em que vive a mulher atualmente está cheia de contradições. Por um lado, não há dúvida de que sua vida melhorou visivelmente em alguns aspectos.
Ela pode se dedicar ao trabalho e ao seu desenvolvimento profissional, tem acesso ao estudo, pode escolher se quer casar e constituir família ou não, consegue alcançar independência financeira, tem condições de viver sozinha, pode participar ativamente da vida política do país e as tarefas domésticas não são consideradas sua responsabilidade exclusiva.

Por outro lado, algumas circunstâncias denunciam que ela ainda não tem total autonomia para administrar sua vida e tomar os cuidados necessários para garantir sua integridade física, emocional e psíquica, sua dignidade, enfim, principalmente quando consideramos a vida privada.
O aumento da incidência da infecção pelo vírus HIV nas mulheres, índice que quase se equiparou ao dos homens, e o crescimento da violência, principalmente da doméstica, são apenas dois sinais que indicam que a vida privada das mulheres não anda um mar de rosas.

Mas que coisa, não? Quem diria que quem se mostra tão forte na vida pública e realiza tantas conquistas apresentaria tal fragilidade quando o que está em jogo são as emoções, o relacionamento sexual e afetivo, a vida a dois? Por quê?
Temos algumas pistas que podem nos ajudar a entender tal paradoxo e vou tratar de uma delas. Por incrível que pareça, as mulheres ainda recebem uma educação absolutamente machista e é por ela que são introduzidas na vida sociocultural.

E essa constatação torna-se mais espantosa quando nos damos conta de que a principal responsável pela educação familiar continua sendo a mãe e de que a educação escolar é praticada também por uma maioria esmagadora de mulheres.
Será que as mulheres transmitem preconceitos de gênero aos mais novos porque se sentem inferiores aos homens e porque não conseguiram se livrar dessa história?
Pode ser. Afinal, por que a mulher tem receio de falar abertamente com seu companheiro sobre os cuidados que devem ser tomados na intimidade sexual para evitar a infecção por doenças sexualmente transmissíveis?
Solicitar e até mesmo exigir o uso do preservativo ou firmar pacto de fidelidade nas relações estáveis, por exemplo, ainda são questões tratadas com muita dificuldade por homens e mulheres.

Além disso, as mulheres continuam fazendo o maior esforço para tentar se encaixar num modelo idealizado construído para elas.
Já houve o tempo em que esse modelo consistia em ser especialista em prendas domésticas. Hoje, quando nossa cultura privilegia as imagens, o modelo para a mulher tem a ver com sua aparência: corpo, vestimentas, gestual. Aqui, voltamos à publicidade de marcas de cerveja.
A mulher, com seu corpo "gostoso", usada como isca para o homem, talvez seja o retrato mais fiel e cruel da ativa participação feminina na manutenção do modelo preconceituoso e machista da submissão ao homem.

Pode parecer que é muito distante a relação desse tipo de publicidade com as dificuldades que as mulheres enfrentam nos tempos atuais, mas a proximidade é bem maior do que gostaríamos que fosse.
As famílias não podem deixar de considerar importante a questão de gênero ao educar seus filhos e as escolas não podem ignorar, como costumam, tema tão pertinente com a questão da cidadania e dos valores democráticos.

ROSELY SAYÃO
é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha) roselysayao@folhasp.com.br
blogdaroselysayao.blog.uol.com.br

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Boa Semana!




com carinho de sempre,
Leila

Imagem: kali.blogger.com.br

Um olhar...



A gente olha...
E o que vê?
Será que vê?
A gente percebe?
Será que percebe?
Com que olhos?
Do coração?
Da alma?
Com que óculos?
Da cultura possuída?
Do conhecimento apreendido?
Do saber instituído?
Da vida sentida, vivida?
Mas com que forma?
Mas de que forma?
Quadrada?
Pacotes prontos?
Circular?
Dinâmica?
Diversa?
Exlética?
Transdisciplinar?
Complexa?
Em movimento...
E como fazer?
Respeitando?
Considerando?
Cooperando?
Amando?
Compondo?
Participando?
Fazendo?
Sendo?
Pra fazer o quê?
Construção?
Fundamentação?
Verticalização?
Transformação?
Evolução?
Do ser?
No Planeta?
...

Leila,
junho/2005


Imagem:timon.blogs.sapo.pt

Reflexões...



Máximas de Madre Teresa - parte I

"Acredito que o mundo hoje está de ponta cabeça e sofre muito porque existe tão pouco amor no lar e na vida familiar. Não temos tempo para nossas crianças, não temos tempo para darmos uns aos outros, não temos tempo para apreciarmos uns aos outros".

"O amor começa em casa; o amor habita nos lares e é por isso que existe tanto sofrimento e tanta infelicidade no mundo... Todos, hoje em dia, parecem estar com tanta pressa, ansiosos por grandes desenvolvimentos e grandes riquezas e assim por diante, de modo que as crianças não têm tempo para os pais. Os pais têm pouco tempo para darem uns aos outros, e no próprio lar começa a destruição da paz do mundo".

“Eu vejo Deus em cada ser humano. Quando limpo as feridas do leproso, sinto que estou cuidando do próprio Senhor. Não é uma experiência maravilhosa?" - 1974 Entrevista.

“Quando vejo o disperdício, sinto raiva dentro de mim. Eu não aprovo eu mesma sentir raiva. Mas é algo que não se pode evitar de se sentir após vermos a Ethiopia." - Washington 1984.

“A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado”.


Imagem:www.franciscodeassis.no.sapo.pt

Fragmentos Poéticos...



"quando o silêncio é grande mesmo,
nas noites estreladas,
ouvem-se o pulsar luminoso do brilho
das estrelas
e o pulsar milagroso do sangue
correndo nas veias".


Rubem Alves


Fonte: livro "Presente, frases, idéias, sensações..."
de Rubem Alves, Papirus/2005

Imagem: baixaki.com.br

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Espaço by Família



Olha o meu amor da minha vida, CAIO, suas amigas Manu e Nike!

a dica dele é o site: www.vagalume.com.br

muito legal mesmo! tem letras, traduções de músicas e ainda é possivel ouvir música on line, do artista que tiver no vasto cadastro! di +!

Imagem: Caio Sanches Rodrigues, Manu e Nike Silva

Espaço by Familia



Esse é o meu sobrinho querido, Filipis o guitarrista! não é lindo?!

a dica dele é: http://jack-johnson.letras.terra.com.br/letras/101702/

Imagem: Felipe Magalhães

Espaço Filosófico



OS CAMINHOS FILOSÓFICOS DO AMOR

Por Leandro Castro Oltramari - Professor da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).

Estudos e Pesquisas em Psicologia
ISSN 1808-4281 versão on-line

O livro: "CAMINHOS Filosóficos do Amor" - escrito pela professora Maria de Lourdes Borges, que é docente do curso de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina, se coloca num grande desafio, qual seja discutir um dos fenômenos mais difíceis de definição de que temos notícia: o amor. Em nossos dias, talvez nunca se tenha indagado tanto sobre para onde estão caminhando as relações amorosas. É bem verdade que talvez ninguém saiba muito bem se estas relações vão a algum lugar, mas, nos últimos tempos, têm proliferado inquietações como estas, as quais têm resultado em manuais de sobrevivência para os relacionamentos afetivos, como namoros, casamentos, ou seja, relacionamentos a dois.

Maria de Lourdes Borges é bastante audaz quando discute sobre o amor, pois sua perspectiva não parte de uma psicologia de “estantes de auto-ajuda”, mas sim de uma discussão filosófica sobre o assunto. Ela inicia fazendo uma abordagem sobre a clássica obra de Goethe, Os sofrimentos do jovem Werther, que, segundo afirma, foi a causadora de inúmeros suicídios no século XVIII. O livro trata da dor de um amor não correspondido, assunto que talvez dificilmente alguém não saiba o que seja. Talvez por isso a referida obra tenha tido tanto sucesso em sua época.

A autora faz inquietantes colocações sobre o porquê da necessidade de fazer uma discussão para explicar racionalmente aquilo que se sente tão intensamente quanto o amor. Ela irá explicar os três tipos de amor, tendo como ponto de partida os gregos: Eros, philia e caritas. O amor Eros é, com certeza, o mais conhecido e o de maior sucesso, tanto na literatura quanto nas populares novelas. Este amor é originado, segundo aponta, de Platão e lembra o amor romântico. O amor Eros é aquele ligado à falta, ou seja, ao sofrimento. Neste ponto, vale ressaltar a obra de Denis de Rougement (2003), intitulada História do amor no Ocidente, que trata de forma muito interessante sobre a constituição do amor no mundo ocidental.

Borges fala, ainda, sobre o outro amor, chamado de philia, que está próximo àquele definido por Aristóteles e é percebido como o que tem um desejo de partilhar a companhia do outro, principalmente se for através da virtude. É querer o bem do outro. Algo que nos parece difícil nos dias atuais. Este modelo de amor pode dizer, seria um modelo spinoziano, segundo Borges. No amor, para Spinoza, não existe falta nem necessidade de um outro ser amado e de se unir a ele. O amor está atrelado à alegria da existência do outro, mesmo que a ele não se esteja unido. Ou seja, um amor quase altruísta. A pessoa é feliz porque o amado existe. Por último, ela cita o amor ágape ou caritas. Este está mais próximo da philia. É um amor que está atrelado ao bem do outro, muito próximo do humanismo cristão.

A partir de então, a autora faz uma análise sobre como os filósofos analisarão o amor a partir de sua fórmula mais conhecida, e mais contundente, o amor/Eros. Ela começa citando a obra O Banquete, de Platão, que é um elogio ao amor, principalmente ao amor que se estrutura sobre a virtude. Os filósofos, n’O Banquete, dizem que nada pode ser censurado se for para elevar a virtude do amor, mesmo se depender da humilhação. Borges exemplifica, de forma brilhante, através de uma fala de Sócrates, as origens mitológicas do amor. Segundo Sócrates, o amor é filho de Pênia, a pobreza, e Poros, o esperto. Pênia, deitando-se ao lado de Poros, que estava embriagado em um jardim, concebe o filho Eros, que possui características dos pais. Portanto, o amor é, por um lado, “pobre, rude e sujo como sua mãe, vivendo a mendigar de porta em porta”; por outro, é “astuto e trama estratagemas e maquinações”. Assim, a “essência do amor é fazer a ponte entre o humano e o divino” (p.15). Ainda assim, a autora afirma que o amor “é a busca pela sua metade perdida, busca que evidencia a carência constitutiva de sua pobreza intrínseca” (p. 15).

Vale a pena lembrar, como já relatado anteriormente, o exemplo do livro de Rougement. Para este autor, o romance que melhor ilustra o sentimento amoroso descrito acima é a obra de Tristão e Isolda. Neste romance, citado por Borges, o amor é uma doença da alma, doença que os doentes decidem contrair. Existe a caracterização de que o amor é algo ao qual a pessoa está condenada, pois nele Isolda fornece a Tristão uma poção mágica. Ele, desta forma, apaixona-se perdidamente e ambos não podem ficar sequer longe um do outro, sobre pena de morrerem de amor. O desfecho da obra garantiu o seu sucesso, ao melhor estilo consagrado posteriormente por Shakespeare: os dois amantes morrem ao final.

A obra Tristão e Isolda acabou se tornando um marco dentro da história romântica universal e, pelo que se percebe, como assinala Borges, o amor Eros, tão difundido pela literatura universal, tem ainda hoje feito suas vítimas - todos aqueles que sofrem por amor. Segundo declara, o amor romântico é aquele no qual nunca haverá a correspondência, portanto o sofrimento é algo intrínseco a ele. Porém, Borges não se priva também de levantar outras hipóteses sobre o amor, hipóteses estas que vão além das especulações metafísicas. Ela discute sobre a duração do amor, a partir da Fisiologia, pois os estudos contemporâneos revelam que o êxtase amoroso dura cerca de 18 meses a 3 anos, em decorrência de uma substância chamada “feniletilamina”, que seria ligada ao sentimento de estar gostando de alguém. É interessante que três anos é o prazo de validade da poção que Isolda dá a Tristão. Pois, então, seria uma infeliz coincidência?

A autora traz passagens interessantes que, para os “não-experts” em Filosofia, causarão surpresas. Primeiro, a preocupação de determinados autores com a temática e, segundo, as reflexões feitas por estes autores. Ela afirma, por exemplo, que, para Hegel, as pessoas não desejam o outro, mas sim “o desejo do outro” (p.18). Posteriormente, irá comentar a posição dos estóicos sobre o amor. Estes se assombravam com o amor, pois procuravam a virtude, a qual estava na “tranqüilidade da alma”. Para os estóicos, o sofrimento e o prazer no amor são faces da mesma moeda. Nada bom para quem procurava a virtude e a calma para filosofar. Mais adiante, Borges cita Descartes e suas “paixões da alma”, que seriam a oportunidade para que as duas substâncias que compõem o ser humano - a res cogitans e a res extensa – pudessem se unir. A autora lembra que Descartes parte de uma teoria do século XVII, a qual explica que a interação da alma e do corpo se fazia “através de fluidos chamados espíritos animais” (p.28). Por isso, para ele, não é possível ter controle sobre as paixões.

Borges vai ainda passando por outros autores, como Kant, que defende o amor/caritas e faz uma crítica ao amor/Eros. Para isso, ele faz uma distinção entre o amor-afeto e o amor-paixão, valorizando mais o primeiro do que o segundo. Para Kant, o amor apenas é possível porque existe uma desigualdade entre aqueles que amam.
Depois de discutir os preceitos filosóficos, a autora ainda tem tempo de lembrar os aspectos cognitivos e fisiológicos do amor, fazendo assim um rápido levantamento sobre a relação existente entre as emoções e as mudanças comportamentais, quando então ela define como alguns autores entendem a relação entre mudanças corporais e paixões. Ela faz referência a teorias que têm, de certa forma, citado este tipo de relação: dentre elas, está a “teoria dos sentimentos” e a “teoria da atitude proposicional”.

A teoria dos sentimentos “diria que emoções são experiências introspectivas, caracterizadas pela qualidade e intensidade” (p.42). Já a teoria da atitude proposicional, de Solomon, defende que as emoções são juízos de valores não verbais. Esta teoria indica que sentimos emoções como o prazer por coisas de que gostamos e que apreciamos, assim como sentimos raiva ou ódio por coisas que sentimos como sendo más. Em uma perspectiva evolucionista, as explicações sobre as emoções revelam que elas aparecem de forma súbita, sem que se consiga controlá-las. Isto porque, nesta visão, os impulsos de emoções são necessários para a resolução rápida de decisões, como, por exemplo, fugir de uma situação adversa.

Ao final da obra, a autora faz uma brilhante colocação para todos aqueles que algum dia já sofreram, sofrem ou sofrerão do que chamamos amor. No apêndice, apresenta uma seleção de textos, como “Tristão e Isolda”, “As paixões da alma”, de Descartes, “Antropologia do ponto de vista pragmático”, de Kant, “Fenomenologia do espírito”, de Hegel, “Strong Felings”, de Jon Elster.

Após ler o livro, poder-se-ia ter quase a sensação da leitura de mais um destes manuais best sellers de auto-ajuda com tom filosófico, tão comum nesta modernidade tardia. Mas não é isto que o leitor sente. A sensação é que a pergunta continua sem ser respondida. Por que se ama e por que o amor nos alegra ou nos torna infelizes? Bom, talvez esta seja uma resposta que apenas os amantes tenham para nos dar, mas, com certeza, essa obra fornece bons caminhos para pensar sobre o assunto.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROUGEMENT, Denis de. História do amor no Ocidente. 2 ed. São Paulo: Ediouro, 2003.

BORGES, M. L. Amor. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

© 2007 Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Dica de Filme: "Tristão e Isolda"
Fonte:http://scielo.bvs-psi.org.br/
Imagem: www.cine7.com.br/

Espaço by Amigos...



Esta imagem simboliza interiorização e encontro de muita serenidade,
te amo muito,
um abraço repleto de carinho

Monica


fev./2007
Imagem: fotomontagem by Monica

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Espaço by Amigos...



Fevereiro é diferente,
tem vinte e oito dias;
e, de vez em quando, vinte e nove.
É o primeiro do ano
- janeiro não conta;
janeiro é férias,
é só descanso.
Afinal, o país é tropical!
O retorno é fevereiro.
Fevereiro é diferente,
mágico, alegre – doce reencontro.
Fevereiro tem carnaval
- uma musiquinha gostosa diz isso:
“fevereiro tem Carnaval...tem C-a-r-n-a-v-a-l !”
Nascer em fevereiro é privilégio
- privilégio que traz, na essência,
o desabrochar do ser fraterno.
Um desses seres fraternos, solidários,
e - por que não?! - missionário,
veio à luz no dia Sete.
Sete, para os antigos,
é número mágico – perene-,
é a parte, o todo e a totalidade!
E, envolta nessa magia,
contagiada pela alegria de fevereiro
e do número sete,
alguém muito especial comemora aniversário:
Leila Regina Sanches,
a quem se presta as merecidas homenagens,
neste dia tão especial.

Olimpio & Madalena

Imagem:www.cest-tout.nl

Espaço by Amigos...


Obrigada a todos!
só consigo ser o que sou porque tenho pessoas maravilhosas que integram a minha vida!
Leila

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Espaço by Amigos



Movimento...

...É esse movimento que nos impulsiona,
Que pulsa dentro de nós,
Que nos fortalece cada vez mais.
A incerteza que nos revigora, que nos dá força para continuar,
para construir, para acreditar.
É a voz do amor nos intuindo a todo momento,
O enxergar, o sentir, o fazer, o construir, o evoluir...


Virgínia Demogalski, 2005.

Fragmentos Poéticos...

Pra Você...


com carinho de sempre,
Leila

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Reflexões...



VIDROS COLORIDOS

Conta-se que, há muito tempo, um habilidoso calculista persa chamado Beremiz Samir prestava serviços de secretário a um poderoso Vizir.
Sua capacidade de raciocínio matemático a todos causava profundo espanto. Ele era capaz de, em poucos segundos, elaborar cálculos de extrema complexidade, resolvendo questões intrigantes.
Formulava, às vezes, sobre os acontecimentos mais banais da vida, comparações inesperadas que denotavam grande agudeza de espírito e raro talento matemático.
Sabia, também, contar histórias e narrar episódios que muito ilustravam
suas palestras, por si só atraentes e curiosas.
Em função disso, a fama de Beremiz ganhou excepcional realce.
Na modesta hospedaria em que vivia, os visitantes e conhecidos não perdiam a oportunidade de lisonjeá-lo com repetidas demonstrações de simpatia e de consideração. Além disso, diariamente o calculista via-se obrigado a atender a dezenas de consultas.
Todos o buscavam a fim de obter as mais variadas orientações conselhos. Beremiz os atendia sempre com paciência e bondade.
Esclarecia a alguns, dava conselhos a outros.
Procurava destruir as superstições e crendices dos fracos e ignorantes, mostrando-lhes que nenhuma relação poderá existir, pela vontade de Deus, entre os números e as alegrias, tristezas e angústias do coração.
E procedia dessa forma, guiado por elevado sentimento de altruísmo, sem visar lucro ou recompensa.
Recusava sistematicamente o dinheiro que lhe ofereciam e quando um rico insistia em pagar a consulta, Beremiz recebia a bolsa cheia, agradecia e mandava distribuir integralmente a quantia entre os pobres do bairro.
Certa vez um mercador, chamado Aziz, empunhando um papel cheio de números e contas, veio queixar-se de um sócio a quem tratava de ladrão miserável e outros qualificativos não menos insultosos.
Beremiz tentou acalmar o ânimo exaltadíssimo do homem e chamá-lo ao caminho da mansidão. Aproximou-se e falou-lhe calmamente:
"Acautelai-vos contra os juízos arrebatados pela paixão, porque esta desfigura muitas vezes a verdade. Aquele que olha por um vidro de cor, vê todos os objetos da cor desse vidro: se o vidro é vermelho, tudo lhe parece rubro; se é amarelo, vê tudo amarelado. A paixão está para nós como a cor do vidro para os olhos. Quando alguém nos agrada, é fácil desculpar; se, ao contrário, nos aborrece, condenamos ou interpretamos de modo desfavorável."
A seguir, examinou com paciência as contas e descobriu nelas vários enganos que desvirtuavam os resultados. Aziz certificou-se de que havia sido injusto para com o sócio, e tão encantado ficou com a maneira inteligente e conciliadora de Beremiz, que saiu dali com o coração modificado.

Pense nisso!

Muitas vezes o nosso ponto de vista nos permite perceber apenas uma face deturpada da realidade. Não é raro acreditar cegamente em equívocos, graças ao nosso orgulho exacerbado e ao nosso velho egoísmo.
Antes de adotar qualquer postura de confronto ou de sofrimento, é necessário abandonar os "vidros coloridos" que utilizamos para ver e analisar o mundo e as pessoas.
A imparcialidade perante a vida é uma posição que devemos buscar incansavelmente, a fim de garantir aos nossos atos, palavras e pensamentos, a justiça que desejamos encontrar nos outros.

Fonte: “O Homem que Calculava” – Malba Tahan – Editora Record, 2001.

Imagem:www.vozdaplanicie.pt/

Espaço by Amigos



“...as mudanças se sucedem...
o que se põem pra fora
volatiliza, se espalha com o vento
passa logo, vai...
o que se conserva interiormente
cresce e fortalece
permanece eterno...”

Monica, fev/2007

Imagem:carlosafonso

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Seu Nome


por Luiza Possi
Vander Lee

Quando essa boca disser o seu nome venha voando
Mesmo que boca só diga o seu nome de vez em quando
Quando essa boca disser o seu nome venha voando
Mesmo que boca só diga o seu nome de vez em quando

Posso enxergar no seu rosto um dia tão claro e
luminoso
Quero provar desse gosto ainda tão raro e misterioso
Do amor

Quero que você me dê o que tiver de bom pra dar
Ficar junto de você é como ouvir o som do mar
Se você não vem me amar é maré cheia, amor
Ter você é ver o sol deitado na areia

Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado
Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo
cuidado
Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado
Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo
cuidado

Não traga a tempestade depois que o sol se pôr
Nem venha com piedade porque piedade não é amor

Trilha de “Páginas da Vida - Nacional”
Imagem: notas-www.letras-canciones.com.ar.gif

Espaço by Amigos



“Abriu-se hoje a flor vermelha
Esta lá no meu jardim
Abriu suas pétalas lentamente

Seu caule se espreguiçou
Como quem sai de uma
Longa letargia, dando
A sensação de dizer:
Bom dia vida!!!”

Monica, fev/2007

Rolar de palavras...

“...no rolar e enrolar
de palavras e sentimentos...
deslizo pelo papel
meus sentimentos mais íntimos,
minhas impressões
e percepções...
embalo a imaginação....
meus sentimentos mais verdadeiros,
minhas sensações
e observações...
no rolar e enrolar
de palavras e sentimentos
traduzo,
expresso,
o que vivo
em meu coração....”

Leila
outubro/2006